Olá gente!, esta aqui mais uma vez o novo quadro do Mundo do Scooby-Doo!
Será que é real a lenda?
e dessa vez é sobre o Lobisomem que ja apareceu em alguns episodios de "SD" e nos filmes "Big Top Scooby-Doo" e "Scooby-doo e o Lobisomem á Força".
Lobisomem ou
licantropo (do grego),é um ser lendário, com origem em tradições europeias, segundo as quais, um homem pode se transformar em lobo ou em algo semelhante a um lobo em noites de lua cheia, só voltando à forma humana ao amanhecer.
Tais lendas são muito antigas e encontram a sua raiz na mitologia grega. Segundo
As Metamorfoses de Ovídio, Licaão, o rei da Arcádia, serviu a carne de Árcade a Zeus e este, como castigo, transformou-o em lobo.Uma das personagens mais famosas foi o pugilista arcádio Damarco Parrásio, herói olímpico que assumiu a forma de lobo nove anos após um sacrifício a Zeus Liceu, lenda atestada pelo geógrafo Pausânias. Segundo lendas mais modernas, para matar um lobisomem é preciso acertá-lo com artefatos feitos de prata.
O Licantropo dos gregos é o mesmo que o Versipélio dos romanos, o
Volkodlák dos eslavos, o Werewolf ou Dracopyre dos saxões, o Werwolf dos
alemães, o Óboroten dos russos, o Hamtammr dos nórdicos, o Loup-garou
dos franceses, o arbac-apuhc da Península Ibérica, o Lobisomem dos
brasileiros e da América Central e do Sul, com suas modificações fáceis
de Lubiszon, Lobisomem, Lubishome; nas lendas destes povos, trata-se
sempre da crença na metamorfose humana em lobo, por um castigo divino.
Lenda brasileira
No Brasil
existem muitas versões dessa lenda, variando de acordo com a região.
Uma versão diz que a sétima criança em uma sequência de filhos do mesmo sexo
tornar-se-á um lobisomem. Outra versão diz o mesmo de um menino nascido
após uma sucessão de sete mulheres. Outra, ainda, diz que o oitavo
filho se tornará a fera. Outra já diz que é apos a morte de um familiar
que possuía a aberração e passou de pai pra filho, avô pra neto e assim
por diante.
As pessoas conhecem o
licantropo na forma humana através de
comportamentos estranhos, como mudança de comportamento, misteriosa e
quase sempre com olhos cansados(olheira), o licantropo na forma humana é
uma pessoa muito atenta as outras, sempre desconfiando de tudo como por
exemplo, tem muito medo de ser descoberta a humanidade que é uma
aberração, porém é muito protetora em forma humana.
Em algumas regiões, o Lobisomem se transforma à meia noite de sexta-feira, em uma encruzilhada. Como o nome diz, é metade lobo, metade homem. Depois de transformado, sai à noite procurando sangue, matando ferozmente tudo que se move. Antes do amanhecer, ele procura a mesma encruzilhada para voltar a ser homem.
Em algumas localidades diz-se que eles têm preferência por bebês não batizados.
O que faz com que as famílias batizem suas crianças o mais rápido
possível. Já em outras diz-se que ele se transforma se espojando onde um
jumento se espojou e dizendo algumas palavras do livro de São Cipriano e
assim podendo sair transformado comendo porcarias até que quase se
amanheça retornando ao local em que se transformou para voltar a ser
homem novamente. No interior do estado de Rondônia, o lobisomem após se
transformar, tem de atravessar correndo sete cemitérios até o amanhecer
para voltar a ser humano. Caso contrário ficará em forma de besta até a
morte. O escritor brasileiro João Simões Lopes Neto
escreveu assim sobre o lobisomem: "Diziam que eram homens que havendo
tido relações impuras com as suas comadres, emagreciam; todas as
sextas-feiras, alta noite, saíam de suas casas transformados em cachorro
ou em porco, e mordiam as pessoas que a tais desoras encontravam;
estas, por sua vez, ficavam sujeitas a transformarem-se em Lobisomens…"
Há também quem diga que um oitavo filho que tem sete irmãs mais
velhas se torna lobisomem ao completar treze anos. Também dizem que o
sétimo filho de um sétimo filho se tornará um lobisomem.
A lenda do lobisomem é muito conhecida no folclore
brasileiro, e assim como em todo o mundo, os lobisomens são temidos por
quem acredita em sua lenda. Algumas pessoas dizem que além da prata o
fogo também mata um lobisomem. Outras acreditam que eles se transformam
totalmente em lobos e não metade lobo metade homem.
Algumas lendas também dizem que se um ser humano for mordido por um
lobisomem, e não o encontrar a cura até a 12ª badalada desse mesmo dia,
ficará lobisomem para toda a eternidade.
Lenda portuguesa
Há referências muito antigas ao lobisomem em Portugal. Aparece no
Rifão de Álvaro de Brito (
Cancioneiro Geral):
- Sois danado lobishomem,
Primo d’Isac nafú;
Sois por quem disse Jesus
Preza-me ter feito homem. - (Garcia de Resende, Excertos, por António Feliciano de Castilho, Livraria Garnier, Rio de Janeiro, 1865, p. 24).
É também mencionado no
Vocabulario Portuguez e Latino de Rafael Bluteau (tomo V, p. 195) e nos sonetos de Bocage:
- Profanador do Aónio santuário,
Lobisomem do Pindo, orneia ou brama,
Até findar no Inferno o teu fadário! - (Bocage, Obras Escolhidas, primeiro volume, p.122).
No século XIX, Alexandre Herculano
escreveu assim sobre o lobisomem da região da Beira-Baixa: "Os
lubis-homens são aqueles que têm o fado ou sina de se despirem de noite
no meio de qualquer caminho, principalmente encruzilhada, darem cinco
voltas, espojando-se no chão em lugar onde se espojasse algum animal, e
em virtude disso transformarem-se na figura do animal pré-espojado. Esta
pobre gente não faz mal a ninguém, e só anda cumprindo a sua sina, no
que têm uma cenreira mui galante, porque não passam por caminho ou rua,
onde haja luzes, senão dando grandes assopros e assobios para se lhas
apaguem, de modo que seria a coisa mais fácil deste mundo apanhar em
flagrante um lubis-homem, acendendo luzes por todos os lados por onde
ele pudesse sair do sítio em que fosse pressentido. É verdade que nenhum
dos que contam semelhantes histórias fez a experiência". (A. Herculano,
Opúsculos, Tomo IX, Bertrand, Lisboa, 1909, p. 176-177).
Nos seus estudos sobre mitologia popular, o escritor e etnógrafo português Alexandre Parafita
reconhece que, embora a designação sugira tratar-se de um ser híbrido
de homem e lobo, muitas das crenças sobre esta criatura identificam-na
na figura tanto de lobo, como cavalo, burro ou bode, consistindo o seu
fadário em ir despir-se à meia-noite numa encruzilhada, espojando-se no
chão, onde um animal já antes fizera o mesmo, após o que se transforma
nesse animal para ir “correr fado”.
A representação na figura híbrida de homem e lobo não é alheia ao
desassossego que este animal provoca, desde tempos imemoriais, no
inconsciente colectivo. Escreve este autor: “As comunidades rurais
transmontanas ainda hoje o encaram como um animal cruel, implacável com
os seres mais indefesos, inimigo de pastores, dos caminhantes da noite e
pesadelo permanente das crianças que habitam nas aldeias mais isoladas.
Não se estranha, por isso, que no fabulário popular o lobo apareça como
símbolo do mal e que o conceito de lobisomem, enquanto produto da
fantasia popular, possa ser considerado como uma tentativa de apresentar
uma criatura onde se conjuga a ferocidade maléfica do lobo com as
emoções, ora angustiosas, ora igualmente maléficas, do homem”.
by: Nadhý